Quinta-feira, 26 de Fevereiro de 2009
"Quem não se aceita não se merece"
Outro dia achei uma agenda antiga, que vinha cheia de frases, pensamentos e desenhos. Folheando a agenda, achei algumas coisas interessantes (tanto que vieram nela como que eu anotei), e uma das coisas que gostei foi dessa frase: "Quem não se aceita não se merece", dita por M. Thiesen.
Entre tantas frases esta me chamou atenção porque isso de aceitação é uma coisa meio nova pra mim. Fui uma adolescente ultra traumatizada com tudo. Não havia um pedacinho de mim que não merecesse críticas ferozes vindas de mim mesma. Eu queria muito ser baixinha, estilo chaveirinho, mas fui presenteada com 1,70m. Queria ser magérrima, e sempre fui meio gordinha. Usava aparelho fixo. Achava defeito em tudo, tudo, tudo.O tempo foi passando, conformei com algumas coisas, com outras nem tanto, e assim fui crescendo. Cada vez era mais fácil me aceitar, me achar gatinha de vez em quando e tal. Até que um tempo atrás alguém me perguntou se eu pudesse mudar alguma coisa em mim, se mudaria. Quis saber se era tipo "passe de mágica" ou mesmo utilizando alguma técnica disponível atualmente. Se pudesse "passe de mágica", tem uma coisinha que eu mexeria sim. Mas se fosse usando a medicina atual, simplesmente não faria NADA, por um simples motivo. Nada, absolutamente NADA em mim me incomoda a ponto de encarar uma anestesia. Aí que eu vi o quanto me amo e me aceito hoje.Quando eu era adolescente, a moda era peito pequeno. E lá estava eu com meus peitos totalmente fora do "tamanho padrão". O problema maior era pra comprar roupa. Todas as roupas ficavam ou certas no corpo/ apertadas no busto ou certas no busto/ folgadas no corpo. Um dia cheguei a chorar (no auge dos meus 16 anos) porque "não dava pra viver" (sempre fui dramática, agora imaginem ainda no auge dos hormônios) com aqueles peitos "ENORMES". Depois a moda passou a ser peito grande. Aí que vi que os meus não são grandes e ainda ficam bonitos num decote, o que não aconteceria caso tivesse os mini-peitos que eram meu sonho de consumo antes.Outro trauma eram meus dentes. Nem estou falando do aparelho (meu amigo fiel e inseparável por longos 12 anos). É porque eu tenho caninos levemente maiores que deveriam, e quando a gente era criança, minha irmã cantava a música do vampirinho pra mim ("Eu sou o vampirinho/ vamp-vampirinho/ que acorda todo dia/ todo todo dia/ só que é de mentirinha/ meia noite pra caminha..."). Pronto, me sentia o próprio Conde Drácula.Só que, vamos combinar que existe uma grande diferença do sorriso da mocinha aí em cima pra esse sorriso aqui do lado, que de fato é meu. Assim como a questão dos peitos, mais uma vez era puro trauma meu. Só que no auge do desespero, mamãe chegou a cogitar a possibilidade de desgastar um pouco meus caninos pra ver se ajudava um pouco a diminuir meu complexo. Mas aí eu mesma desisti.Outro complexo que eu tinha era de gorda. Tá certo que eu nunca fui assim nenhuma escultura, mas tava longe de ser gorda como eu pensava que era. Fico pensando que foi muita sorte não ter desenvolvido nenhum distúrbio alimentar grave, porque eu juro que me via uma baleia.Devo admitir que fui beneficiada pela propaganda da Dove. Foi vendo aquele monte de mulher com corpo fora dos "padrões de beleza" e achando as moças lindas que me toquei que ser redondinha e ser bonita não eram coisas mutuamente excludentes.Pra falar a verdade, acho que um cara que prefira essa menina aí do lado a qualquer uma das moças acima deve estar meio fora do seu juízo perfeito. Já dizia Seu Álvaro, meu sábio vô: "Quem gosta de osso é cachorro". E tou mais é feliz com meus quilinhos, inclusive os que sobram. (Devo acrescentar que estar satisfeita com meus quilinhos não contradiz meus esforços pra perder alguns deles. Não tenho a pretensão de ser magra - na época que formei estava magra e era estranho, parecia que eu não me reconhecia naquele corpo. Mas também não acho que a gente pode engordar descontroladamente, inclusive porque é uma questão de saúde, né?).Bom, depois de fazer as pazes com várias características minhas, chegou a vez do meu ponto fraco: o cabelo. Meu Deus, sempre briguei com cabelo. Sempre. Meu cabelo parecia uma juba! Sempre armado, sempre voando, sempre me matando de vergonha. Até que chegou um momento da minha vida que eu resolvi que só seria feliz lisa. E assim fui feliz por um tempo. Só que aí eu tive que ir pra Portugal. Fiz um super alisamento antes de ir, morrendo de esperanças que arrumasse alguém lá pra retocar. Chegando lá, quem disse que achava? Ou eram salões afro, que não me atendiam porque meu cabelo não é crespo, portanto não tinham produtos adequados, ou então não alisavam, porque eram salões default e lá a grande maioria dos salões que não sejam voltados pro público de cabelo afro se recusa a fazer alisamentos. E eu ia desesperando, e a raiz crescendo, e por fim mamãe me mandou uns produtos. Mas nem assim nenhuma cabelereira aplicava. Eu mesma tentei passar, mas durava bem menos. Enfim. Comecei a viver de escova e chapinha na raiz, porque pior que cabelo ruim, é cabelo ruim na raiz e liso nas pontas. Chegando ao Brasil, com uma raiz enrolada enorme, pensei na possibilidade de deixar o cabelo enrolado. Não foi uma decisão fácil:Olhem aqui uma das mulheres mais elegantes deste país na minha modesta opinião, versão lisa.Agora olhem a mesma criatura, versão cacheada. Pois é, minha gente. Eu pensava "Se Marieta Severo, linda, elegante e que já casou com Chico Buarque fica com cara de Nenê casada com Lineu de cabelo enrolado, com cara de quê eu vou ficar, meldels?"
"Odeio chocolate!".
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Pra mim está em extinção (ou não equiciste) a pessoa que diz "Odeio
chocolate!". Quem me dera ser essa pessoa (riri)...
No começo de sua existência era con...
Há 12 anos
Nossa ao ler ese depoimento me encherguei em varais coisas .. porem ainda não consigo administrar isso sempre quero e tento ser como quase todas magra!!! Mas ..... nossa gosto de se gordinha mas e tão complicada a vida de um gordinha q ufa !!!!!
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